Anne de Green Gables

 O clássico Anne de Green Gables, que vendeu mais de 50 milhões de exemplares e já foi traduzido para mais de 35 idiomas, em uma roupagem de luxo para brilhar na sua estante!

Cansados em razão de sua longa vida de trabalho no campo, os irmãos Matthew e Marilla Cuthbert pretendiam adotar um garoto que os ajudasse com os trabalhos braçais de sua fazenda em Green Gables, no Canadá. No entanto, e para seu espanto, a pessoa que eles recebem em sua casa é Anne Shirley, uma franzina garota ruiva de onze anos. Ao se depararem com o engano, os irmãos Cuthbert pretendiam devolver a menina ao orfanato, no entanto são conquistados pela personalidade vívida e cativante de Anne, que pouco a pouco transforma a rotina da família e assume ali seu lugar como filha. 

Considerado um clássico da literatura infantojuvenil, o sucesso mundial de Anne de Green Gables inspirou diversas adaptações para televisão, teatro e cinemas.

“[Anne] é a criança mais amável da literatura desde Alice, de Lewis Carroll.”

— Mark Twain

Curiosidades sobre o livro e sua autora:

·      Em três temporadas, a adaptação de Anne de Green Gables produzida pela Netflix venceu 23 prêmios e concorreu em outras 48 categorias;

·      Para escrever a saga de Anne, Lucy Maud Montgomery se inspirou em uma história que leu no jornal, incrementando-a com relatos de suas experiências pessoais no ambiente rural em que passou sua infância. Hoje em dia, a fazenda Green Gables é um ponto turístico, e a própria Lucy Maud Montgomery está enterrada nos arredores da propriedade;

·      Dado o desenvolvimento psicológico e moral da protagonista, Anne de Green Gables é considerado um romance de formação, marcando a tradição literária canadense do início do século XX.

Trechos do livro:

“A garota vinha observando Matthew desde que o homem passara por ela, e continuava a olhá-lo naquele momento. Matthew não prestara atenção e não vira como ela realmente era, mas um observador comum teria visto o seguinte: uma criança de mais ou menos onze anos, enfiada em um vestido amarelo opaco muito apertado, muito curto e muito feio. Ela usava um chapéu tipo marinheiro, marrom desbotado, e, debaixo do chapéu e estendendo-se pelas costas, havia duas tranças de um cabelo grosso e obstinadamente vermelho. Seu rosto era pequeno, pálido e magro. Cheio de sardas. Sua boca era grande; assim como os olhos, que pareciam verdes ou cinzentos a depender da iluminação e de seus humores.

Até agora, temos o observador comum. Mas um observador extraordinário poderia ter visto que o queixo era muito pontudo e pronunciado; que os grandes olhos estavam cheios de espírito e vivacidade; que a boca tinha lábios doces e expressivos; ou então que sua testa era alta e ampla. Em suma, nosso observador extraordinário e perspicaz poderia concluir que não era uma alma comum a habitar o corpo daquela mocinha errante a quem o tímido Matthew Cuthbert tão ridiculamente temia.”

“– E que diferença faz como se escreve? – perguntou Marilla com outro sorriso enferrujado, tentando alcançar o bule.

– Ah, faz uma enorme diferença. A aparência melhora muito. Quando escuta um nome ser pronunciado, a senhora nem sempre consegue vê-lo em sua mente como se estivesse impresso? Eu consigo, e “A-N-N” parece horrível, mas “A-N-N-E” parece muito mais distinto. Se a senhora puder me chamar de Anne com um “E”, tentarei aceitar a ideia de não ser chamada de Cordelia.

– Muito bem, então, Anne com um “E”, será que pode nos dizer como toda essa confusão começou? Mandamos avisar à senhora Spencer para que nos trouxesse um garoto. Não havia meninos no orfanato?

– Ah, sim, havia uma abundância deles. Mas a senhora Spencer disse com todas as letras que vocês queriam uma garota por volta dos onze anos. E a diretora achou que eu ia servir. A senhora não faz ideia do quão encantada eu fiquei. Não consegui dormir a noite inteira de tanta alegria. Ah – acrescentou ela com um ar reprovador, virando-se para Matthew –, por que o senhor não me contou lá na estação que vocês não me queriam e depois me deixou para trás? Se eu não tivesse visto o Caminho Branco do Deleite e o Lago das Águas Brilhantes, isso tudo não seria tão difícil.”

“– É maravilhoso estar indo para casa e saber que é um lar – ela falou. – Eu já amo Green Gables, e eu nunca havia amado lugar nenhum antes. Nenhum deles parecia um lar. Ah, Marilla, estou tão feliz. Eu poderia orar agora e não acharia nada difícil.

Algo quente e agradável brotou no coração de Marilla a partir do toque daquela mãozinha fina contra a sua, um latejar da maternidade que ela havia perdido, talvez. A doçura e a falta de costume provenientes daquele gesto a perturbaram. Ela se apressou em restaurar suas emoções através de uma lição de moral.

– Se você for uma boa menina, sempre será feliz, Anne. E nunca achará difícil recitar suas orações.”

Sobre a autora:

Lucy Maud Montgomery (1874–1942) nasceu na província de Prince Edward Island, no Canadá, cenário que inspirou a composição de Anne de Green Gables e de suas sequências. No início de sua vida profissional, Lucy foi jornalista e professora, mas foi como escritora de livros infantojuvenis, em particular da saga de Anne Shirley, que ela se tornou mais conhecida.